Não precisamos falar que consumir muitos produtos químicos não é algo saudável. No entanto, como se sabe, tudo em exagero faz mal e isso vale, inclusive, para a obsessão com a alimentação. É disso que se trata a quimiofobia, conhece?
O que é quimiofobia?
Cada vez mais, buscamos nos rótulos, alimentos que não contenham conservantes, corantes artificiais e outros elementos químicos. Afinal, aprendemos que quanto mais natural for a dieta, melhor para o organismo.
Diante dessa busca por uma alimentação livre de componentes químicos, pode surgir medos e ansiedades que, nem de longe, são saudáveis. Um exemplo disso é que há quem se recuse a comer peixes e frutos do mar, por estarem contaminados por mercúrio, ignorando completamente que a presença desse metal. Ou seja: a pessoa deixa de consumir itens ricos nutricionalmente, que conferem mil benefícios para o corpo, por um medo irracional e injustificado.
É preciso levar em consideração que há produtos químicos que são, até mesmo, necessários, como medicamentos e suplementos. Mesmo os alimentos mais naturais e saudáveis presentes nas prateleiras dos mercados contam com componentes químicos. E tudo bem. O que deve ser considerado é a quantidade presente, além do tipo desses agentes.
Este é um assunto tão em voga que, em dezembro do ano passado, o International Life Sciences Institute (ILSI) Brasil realizou o simpósio “Quimiofobia: Fato ou Fake? – Impacto no seu cotidiano”. Nele, o Dr. Edivaldo Domingues Velini (Unesp) mostrou que, de 2018 a 2050, o consumo mundial de alimentos aumentará em 60%. E, segundo ele, para suprir essa demanda, a biotecnologia é essencial, desde que usada de maneira eficaz e segura à saúde humana e ao meio ambiente.
No mesmo evento, a Drª Adriana Arisseto (UNICAMP) explicou que um aditivo alimentar é qualquer ingrediente adicionado aos alimentos, modificando suas características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais. “A segurança dos aditivos é primordial. Isto supõe que antes de ser autorizado, o uso de um aditivo em alimentos deve ser submetido a uma adequada avaliação toxicológica. Os aditivos alimentares devem ser mantidos em observação e reavaliados quando necessário, caso se modifiquem as condições de uso”, afirmou.
O que se pode concluir diante disso é que, de forma alguma, há como fugir dos componentes químicos e, portanto, essa é uma fobia que, como qualquer outra, deve ser identificada e tratada. Caso tenha identificado esse medo em você ou em alguém próximo, não hesite em procurar ajuda profissional.
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